quinta-feira, 20 de outubro de 2011

|Resenha| Feliz de Verdade


Título: Feliz de Verdade
Título Original: The Big Happy
Editora: Landscape
Ano: 2006 (lançado no Brasil em 2008)
Páginas: 323
Sinopse:
Será que um momento de pura felicidade vale todo o sofrimento para se chegar lá? David sem dúvida acha que sim. Ele largou uma carreira confortável como produtor de TV para tentar ser feliz de verdade. Mas enquanto espera que publiquem seu romance, sua vida está indo por água abaixo. Ele tem quase trinta anos, ainda não se casou, mora em um apartamento minúsculo e trabalha como disc jockey de segunda categoria, em casamentos e bar mitzvahs para ganhar uns trocados e pagar as contas. Pelo menos ele tem amigos, ou tinha? A melhor amiga do David, a Annie, está para se casar com um cara que o David chama de ‘Rato’. Dustin e Cameron, os seus amigos do peito na cidade, vão fazer uma coisa inacreditável - levar a vida a sério; e Zach, o amigo que David acha o máximo, tem em sua vida um segredo totalmente inesperado. Ainda por cima, David se apaixona por Jane, uma jovem muito espirituosa e charmosa, porém volúvel.

Resenha:
A primeira coisa que me chamou a atenção no livro foi a capa, que é listada e muito colorida (coisas coloridas, com exceção de bandas coloridas, tendem a me atrair auhauhauha) e que me fez ter vontade de ler a sinopse. Quando peguei o livro e li o título, pensei "ihhh, dever ser autoajuda" (vamos concordar que "feliz de verdade" parece até título de livro do Augusto Cury, né?). Mas pra falar a verdade, o livro vai muito além disso.

David é um ex-produtor de TV bem sucedido, que já ganhou alguns emmy's, e que largou a carreira de sucesso para ir em busca da sua "felicidade plena", que ele acreditava que passava obrigatoriamente pelo desejo de ser tornar escritor e publicar seu primeiro livro. Ele definiu uma meta e concluiu que, quando a meta fosse alcançada, ele seria feliz de verdade. Não antes disso, e nem no percurso, por isso nada poderia atrapalhá-lo.

"(...) Devia só ligar o rádio e pensar no meu livro. Só me concentrar no objetivo, e necessariamente a felicidade viria."
- página 64
Mas a vida sempre prega peças. Parece que tudo está dando errado e indo terrivelmente mal, em todos os aspectos. Enquanto ele passa por situações hilárias como DJ, acaba conhecendo uma mulher incrível, mas muito problemática.

"(...) - Ei, caubói, você está bem?
Abri os olhos. Gloss. Esse foi o meu primeiro pensamento. Essa mulher gosta muito de gloss. Cabelos extremamente, ridiculamente longos. Cabelos de Rapunzel que seriam capazes de sustentar qualquer homem até o alto de uma torre, sem esforço. Um bronzeado fora de estação que denunciava muitas horas passadas em uma cabine de bronzeamento artificial. Longos cílios postiços. Olhos lindos, ligeiramente zombeteiros. A mão estendida pra mim. Agarrei a mão dela e deixei que ela me reerguesse. (...)"
- página 21.
Até seus amigos de sempre, que sempre foram seus pontos de apoio e certeza de que o mundo continuava no lugar, estão passando por certas transformações, querem começar a levar a vida mais a sério e etc.

"(...) - Quem mais vai vir? Conseguiu encontrar todo mundo?
- A maioria, consegui sim. O Cameron vai vir com a namorada nova. Você já a conheceu?
- Ainda não. Mas ouvi dizer que ela tem uns bíceps de fazer inveja.
- Só pode ser.
O Cameron só namora mulheres que sejam capazes de lhe dar uma surra. Lindo.
- O Dustin vem com uma mina chamada Carrie.
- Aquela que ri feito um jumento tomando no rabo. Já sei. (...)"
- página 30

Problemas sempre geram boas histórias e, com o tom sempre bem humorado e sarcástico de Mebus, geram também ótimas gargalhadas.

"Feliz de verdade" é uma daquelas leituras fáceis e prazerosas, com constantes tiradas divertidas. Tem uma sensibilidade comparada a do seriado "Friends". É o tipo de história que te faz fechar o livro por um momento pra poder rir melhor e voltar a leitura com o pensamento de "não acredito que isso está acontecendo com ele!". Comecei a ler e parei duas vezes: uma vez pra almoçar e outra por que o livro tinha terminado.

Para quem, assim como eu, adora comédias românticas, essa é praticamente uma leitura obrigatória. Para quem não gosta, ou não tem costume de pegar livros desse gênero, fica aí uma ótima dica de como passar uns bons minutos de suas vidas.

"Pode ser até que o leitor aprenda algo sobre ele mesmo neste livro, e Mebus não deixa a peteca cair, o leitor ri ou sorri maliciosamente até a última página" (Richmond Times Dispatch)