Título: Feliz de Verdade
Título Original: The Big Happy
Editora: Landscape
Ano: 2006 (lançado no Brasil
em 2008)
Páginas: 323
Sinopse:
Será que um momento de pura felicidade vale todo o
sofrimento para se chegar lá? David sem dúvida acha que sim. Ele largou uma
carreira confortável como produtor de TV para tentar ser feliz de verdade. Mas
enquanto espera que publiquem seu romance, sua vida está indo por água abaixo.
Ele tem quase trinta anos, ainda não se casou, mora em um apartamento minúsculo
e trabalha como disc jockey de segunda categoria, em casamentos e bar mitzvahs
para ganhar uns trocados e pagar as contas. Pelo menos ele tem amigos, ou
tinha? A melhor amiga do David, a Annie, está para se casar com um cara que o
David chama de ‘Rato’. Dustin e Cameron, os seus amigos do peito na cidade, vão
fazer uma coisa inacreditável - levar a vida a sério; e Zach, o amigo que David
acha o máximo, tem em sua vida um segredo totalmente inesperado. Ainda por
cima, David se apaixona por Jane, uma jovem muito espirituosa e charmosa, porém
volúvel.
Resenha:
A primeira coisa que me chamou a atenção no livro
foi a capa, que é listada e muito colorida (coisas coloridas, com exceção de
bandas coloridas, tendem a me atrair auhauhauha) e que me fez ter vontade de
ler a sinopse. Quando peguei o livro e li o título, pensei "ihhh, dever
ser autoajuda" (vamos concordar que "feliz de verdade" parece
até título de livro do Augusto Cury, né?). Mas pra falar a verdade, o livro vai
muito além disso.
David é um ex-produtor de TV bem sucedido, que já
ganhou alguns emmy's, e que largou a carreira de sucesso para ir em busca da
sua "felicidade plena", que ele acreditava que passava
obrigatoriamente pelo desejo de ser tornar escritor e publicar seu primeiro
livro. Ele definiu uma meta e concluiu que, quando a meta fosse alcançada, ele
seria feliz de verdade. Não antes disso, e nem no percurso, por isso nada
poderia atrapalhá-lo.
"(...) Devia só
ligar o rádio e pensar no meu livro. Só me concentrar no objetivo, e
necessariamente a felicidade viria."
-
página 64
Mas a vida
sempre prega peças. Parece que tudo está dando errado e indo terrivelmente mal,
em todos os aspectos. Enquanto ele passa por situações hilárias como DJ, acaba
conhecendo uma mulher incrível, mas muito problemática.
"(...)
- Ei, caubói, você está bem?
Abri os olhos. Gloss. Esse foi o meu primeiro
pensamento. Essa mulher gosta muito de gloss. Cabelos extremamente,
ridiculamente longos. Cabelos de Rapunzel que seriam capazes de sustentar
qualquer homem até o alto de uma torre, sem esforço. Um bronzeado fora de
estação que denunciava muitas horas passadas em uma cabine de bronzeamento
artificial. Longos cílios postiços. Olhos lindos, ligeiramente zombeteiros. A
mão estendida pra mim. Agarrei a mão dela e deixei que ela me reerguesse.
(...)"
- página 21.
Até seus
amigos de sempre, que sempre foram seus pontos de apoio e certeza de que o
mundo continuava no lugar, estão passando por certas transformações, querem
começar a levar a vida mais a sério e etc.
"(...) - Quem
mais vai vir? Conseguiu encontrar todo mundo?
- A maioria, consegui
sim. O Cameron vai vir com a namorada nova. Você já a conheceu?
- Ainda não. Mas ouvi
dizer que ela tem uns bíceps de fazer inveja.
- Só pode ser.
O Cameron só namora
mulheres que sejam capazes de lhe dar uma surra. Lindo.
- O Dustin vem com uma
mina chamada Carrie.
- Aquela que ri feito
um jumento tomando no rabo. Já sei. (...)"
-
página 30
Problemas sempre geram boas histórias e, com o tom
sempre bem humorado e sarcástico de Mebus, geram também ótimas gargalhadas.
"Feliz de verdade" é uma daquelas
leituras fáceis e prazerosas, com constantes tiradas divertidas. Tem uma
sensibilidade comparada a do seriado "Friends". É o tipo de história
que te faz fechar o livro por um momento pra poder rir melhor e voltar a
leitura com o pensamento de "não acredito que isso está acontecendo com
ele!". Comecei a ler e parei duas vezes: uma vez pra almoçar e outra por
que o livro tinha terminado.
Para quem, assim como eu, adora comédias
românticas, essa é praticamente uma leitura obrigatória. Para quem não gosta,
ou não tem costume de pegar livros desse gênero, fica aí uma ótima dica de como
passar uns bons minutos de suas vidas.
"Pode ser até que o leitor aprenda algo sobre ele mesmo neste livro,
e Mebus não deixa a peteca cair, o leitor ri ou sorri maliciosamente até a
última página" (Richmond Times Dispatch)