terça-feira, 1 de maio de 2012

|Resenha| Para Sempre Ana

Título: Para Sempre Ana
Editora: Caravansarai
Autor:  Sergio Carmach
Ano: 2011
Páginas: 336
Sinopse:
Na mística Três Luzes, o leitor percorre inicialmente três momentos afastados no tempo, onde três homens, de três gerações da família Rigotti, experimentam situações-limite pela influência de uma mesma mulher: Ana. A partir daí, a narrativa o leva a uma instigante viagem, nem sempre linear, entre meados do século XX e o início do XXI, na qual os dramas, o passado, o verdadeiro caráter e os segredos de cada personagem são pouco a pouco desnudados. A trama é conduzida pela busca de Ana e pela busca por Ana, forasteira misteriosa que abala os triluzianos e cuja trajetória se funde à dos demais em uma história carregada de luzes e sombras. A busca de Ana arrebata as emoções; a busca por Ana arrebata os sentidos. E ambas surpreendem. Sempre que tudo parece esclarecido, detalhes antes considerados sem importância provocam uma reviravolta geral na história. Até o último capítulo. Descubra se os mais atordoantes segredos de Três Luzes estão mesmo nos céus ou no fundo da alma de seus moradores.

Resenha:

Se precisasse resumir esta obra em apena uma palavra, usaria "supreendente".

Para Sempre Ana conta a história de Ana obviamente, contada em três partes: Na primeira - Impressões Turvas - nos é apresentada a introdução da história; na segunda - A Alma de Uma Mulher -, alguns segredos são finalmente revelados, e podemos encotrar o desenrolar dos fatos; e na terceira - À Sombra do Crisântemo - temos um desfecho incrível.

Quando Ana chega à pequena cidade de Três Luzes, traz consigo uma notícia que muda para sempre a vida de Carlos e toda a sua família, dando início assim, à trama principal da obra.

Um dos pontos positivos deste livro é que mesmo quando se pensa que todos os mistérios envolvendo os personagens já foram resolvidos e revelados, Sérgio Carmach ainda possui algumas cartas na manda que irão surpreender ao leitor.

“Vivemos sob o princípio da incerteza. Aos nossos olhos, a essência de um ente próximo pode ser apenas vislumbrada. A capacidade de melhor focá-la depende da observação, do bom senso e da inteligência.”
- pág. 40

 Um ponto interessante e que acho realmente que vale à pena ser comentado é que no início do livro o que sentimos sobre cada personagem pode não ser nada parecido sobre como nos sentimos sobre eles no fim, ao menos comigo foi o que houve.

Além disso, através de personalidades tão fortes, Sérgio sutilmente introduz discussões que envolvem fé, religião e ciência.

- Esqueça os padres. Estou chamando você somente para orar.
- Também não gosto de Deus. Aliás, nem sei se acredito em uma divindade.
- Não diga isso, meu filho. É Ele quem nos ampara nas hora difíceis.
- E quem cria as horas difíceis?
- Muitas vezes, esses momentos nos fazem crescer.
- Precisamos sofrer para crescer? 
- Pág 36

Outro ponto que gostei foi a escrita um pouco mais rebuscada, culta (mas ainda de fácil entendimento) usada pelo autor. Sérgio se utiliza também de um texto bastante descritivo, o que, nos faz mergulhar cada vez mais na cidade de Três Luzes e na família Rigotti.

Encontrei duas personagens das quais mais gostei: Ana, não por ser a principal, mas pela sua força, seu amor e fé. E Cláudia, por sua alegria de viver e espontaneidade.

Para Sempre Ana é uma ótima obra advinda do nosso querido Brasil Baranil (: Um exemplo de que obras nacionais podem ser tão interessantes quando qualquer outra obra estrangeira e de que devemos valorizá-las.